Absenteísmo é o índice de ausências no trabalho. Isto é, uma medida para calcular quantos colaboradores faltaram em determinado período e que acabaram demandando que outros profissionais fossem realocados para executar a mesma função.
Como você pode imaginar, o absenteísmo tem tudo a ver com produtividade, ou melhor: a falta dela. E uma taxa muito alta pode prejudicar fortemente o desempenho do negócio como um todo.
Pronto para mais uma conversa de RH? Então, entenda agora como esse índice de faltas é calculado, porque sua empresa deveria se preocupar com essa métrica e como fazer para evitar tantas faltas ao trabalho.
Como calcular absenteísmo
Para calcular o absenteísmo, você pode utilizar uma fórmula básica:
(horas perdidas / horas de trabalho) x 100
Uma pesquisa mostrou que, no Brasil, a média é de 5% de faltas por dia para empresas de serviços, e de 7% a 10% para varejo e alimentação. Um índice considerado bem alto, já que, com isso, as empresas deixam de faturar R$ 230 milhões por ano devido à improdutividade.
Que tipo de horas perdidas considerar?
É interessante dizer que a gestão de pessoas pode fazer dois tipos de cálculos, para avaliar diferentes questões organizacionais:
- Absenteísmo com faltas evitáveis: quando o funcionário falta ou se atrasa sem justificativa plausível e legal, o que pode demonstrar má conduta pessoal do profissional ou até problemas relacionados ao trabalho que levem a essa desmotivação.
- Absenteísmo por faltas evitáveis + faltas justificáveis: que soma os dois tipos, mas inclui aí questões relacionadas ao bem-estar e mostra à empresa um cenário global sobre sua capacidade produtiva.
Faltas justificadas são aquelas previstas em lei, que permitem ao colaborador se ausentar, como férias, licenças médicas, casamento, licença maternidade e paternidade, falecimento na família e outros.
Por que se preocupar com o absenteísmo
Parece óbvio que um número muito grande de profissionais faltosos é um ponto negativo à empresa.
Mas mensurar e analisar esse indicador de desempenho pode ser fundamental para entender diversas questões sobre a empresa, como:
Insatisfação com o trabalho
O absenteísmo pode indicar que os profissionais não estão satisfeitos com o trabalho e isso pode ter diversos motivos:
- Problemas pessoais e familiares
- Má remuneração
- Clima organizacional negativo
- Excesso de trabalho e funções
- Líderes autoritários, os famosos “chefes carrascos”
- Assédio moral e sexual
- Relacionamento ruim com os colegas
- Falta de perspectiva de crescimento no trabalho
- Falta de desafios profissionais e tédio, o que pode levar à síndrome de Boreout.
Entender o absenteísmo de forma quantitativa abre espaço para fazer uma pesquisa mais aprofundada e qualitativa. Assim, a empresa pode ajustar falhas ou aprimorar seus processos para tornar os colaboradores mais satisfeitos.
Desempenho das lideranças
É papel dos líderes de equipe controlar a jornada de trabalho e, também, fornecer feedbacks aos colaboradores, entender suas necessidades profissionais e tentar supri-las, por meio de uma gestão mais humanizada.
A falta de uma relação mais próxima com o time pode resultar nas ausências e isso impacta toda a produtividade.
Política de benefícios falha
O programa de benefícios corporativos pode ser a chave para controlar o absenteísmo, já que ela pode suprir faltas sentidas pelos colaboradores.
Plano médico, por exemplo, é efetivo para reduzir faltas por motivos de saúde. Isso porque o colaborador poderá se consultar mais vezes e fazer exames de check-up, o que ajuda a prevenir doenças ou complicações futuras.
Ao verificar seu indicador de desempenho pelo absenteísmo, portanto, ele pode indicar que os benefícios não são condizentes com as necessidades do time.
Veja agora 6 sinais que você precisa repensar os benefícios.
Capacidade produtiva
Aqui é o caso que falamos lá no início, quando se somam as ausências justificadas e injustificadas. Afinal, mesmo que a falta seja prevista em lei, ela representa uma pessoa a menos naquela equipe e isso, invariavelmente, representará uma queda na produtividade.
Ou, ainda, caso a empresa contrate uma pessoa para cobrir a ausência ou pague pelas horas extras de outros membros do time, isso acarretará prejuízos financeiros à organização.
Os profissionais sobrecarregados ainda terão prejuízos emocionais, o que pode levar ao estresse, Burnout e desmotivação. E isso é extremamente comum nas empresas atuais. Para se ter uma ideia, o Brasil é o segundo país mais estressado do mundo, segundo classificação da International Stress Management Association.
Portanto, mensurar o total do absenteísmo dá um panorama sobre qual foi a capacidade produtiva naquele período.
Como reduzir o absenteísmo?
Se você já fez o cálculo e identificou que o índice de absenteísmo é alto para o seu negócio, é importante tentar reverter a situação.
1. Faça pesquisa de clima
Para saber como e onde atuar, é preciso entender o que, de fato, está acontecendo. A pesquisa de clima organizacional dará um panorama completo sobre como está o relacionamento entre colegas, a satisfação geral com as tarefas e os benefícios, como está o bem-estar e o ambiente de trabalho.
Uma pesquisa como essa demanda tempo, esforço e, a depender da complexidade da empresa, até dinheiro. Mas traz dados valiosos para a tomada de decisões estratégicas de RH.
2. Invista em Employee Experience
Diante dos insights retirados da pesquisa, é preciso investir na experiência que o empregado tem com a empresa. Isso se chama Employee Experience (EX).
- Defina metas de desempenho para os colaboradores: elas são importantes para dar um norte ao trabalho do profissional e das equipes e, com isso, torná-los mais motivados.
- Dê feedbacks regulares, assim os colaboradores saberão se estão seguindo o caminho correto no trabalho e como podem melhorar
- Estimule situações de convivência para aprimorar o relacionamento entre líderes e colegas
- Melhore os processos de onboarding, treinamento e planos de carreira, dentre outras ações.
3. Atualize os benefícios corporativos
Por fim, faça uma avaliação das expectativas dos funcionários e pense em uma política de benefícios que solucione as faltas percebidas por eles. E que também seja viável financeiramente, é claro.
Se, por exemplo, os colaboradores estão com dívidas, isso pode gerar estresse, problemas em casa, falta de foco no trabalho e problemas graves como o alcoolismo e a depressão. Tudo isso aumentará a abstenção.
Benefícios financeiros podem ser a solução, porém, para que eles retomem a saúde econômica.
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