Você sabia que existe diferença entre Inadimplência e Endividamento? Sim, apesar de serem muito utilizados como sinônimos, na verdade, cada conceito tem um sentido diferente e representa uma situação na vida do consumidor.
E essas palavras vêm sendo bastante utilizadas nos últimos anos. Afinal, o índice de inadimplência no Brasil bateu recorde em 2022, com mais de 66,6 milhões de pessoas com o nome negativado no país, segundo a Serasa Experian.
Este é um reflexo da alta instabilidade econômica após a pandemia e com as sucessivas crises políticas, que elevaram a taxa de desemprego, com mais de 10 milhões de pessoas à procura de um trabalho. Sem fonte de renda, o jeito encontrado foi recorrer ao crédito, porém sem a garantia de conseguir arcar com esse compromisso.
Então, o que é inadimplência e endividamento, afinal? Como sair dessa situação? Veja agora!
Qual a diferença entre inadimplência e endividamento?
Basicamente, se você assumiu uma dívida – como parcelamento do cartão de crédito, caiu no cheque especial, fez um empréstimo, um financiamento ou mesmo deu um cheque a prestações – você está endividado. Se você tem conseguido pagar essas parcelas, tudo certo até então.
Porém, se você está com esse pagamento em atraso e não conseguiu cumprir o prazo para arcar com a dívida, aí, sim, você está inadimplente. A inadimplência, portanto, é o ato de descumprir o seu compromisso financeiro, ou seja, não pagar na data de vencimento contratada.
Entendeu a diferença entre inadimplência e endividamento? Entenda agora se vale a pena pegar um empréstimo para pagar dívidas.
Quais as principais causas de endividamento?
Veja quais são as principais causas do endividamento, de acordo com um mapeamento da Serasa em 2021:
- 53% dos entrevistados afirmam que o cartão de crédito é a principal fonte de dívida
- 34% atribuem aos crediários, carnês e cartões de lojas.
Além disso, a Serasa estudou as causas culturais que levam os brasileiros a se endividarem e ficarem inadimplentes, e os principais motivos foram:
- Desemprego, segundo 30% dos entrevistados
- Emprestar o nome para amigos e familiares negativados, de acordo com 11% das pessoas
- Falta de controle financeiro, para 9% das pessoas.
Apesar de parecer uma palavra negativa, estar endividado nem sempre é ruim, se você está conseguindo arcar com seus compromissos. Se você fez um financiamento para comprar o seu carro, por exemplo, e paga todo mês corretamente, essa é uma dívida a médio prazo que trará bons frutos à sua vida.
A grande questão do endividamento é que todas as formas são baseadas na cobrança de juros e multas – uns com taxas maiores, outros menores – mas que sempre aumentam o valor total da sua dívida. Quanto mais tempo você leva para pagar, maior será o valor final.
E se você deixa de pagar alguma prestação, terá uma dívida ainda maior e essa é a principal causa da inadimplência.
Quais as consequências de ficar inadimplente?
Já no caso da inadimplência, esta situação é sempre ruim para a vida do consumidor. Sabia que 85% dos brasileiros com dívidas em aberto já apresentaram insônia ou dificuldade para dormir?
Se você deixa de pagar uma conta ou compra feita de forma parcelada, ou atrasa as prestações do seu financiamento imobiliário, por exemplo, você fica inadimplente. Nesse caso, é preciso verificar o contrato feito com a empresa credora (banco, loja ou outra instituição financeira), para entender as consequências.
Veja alguns exemplos de consequências da inadimplência:
- Desligamento do serviço de luz elétrica, após três meses sem pagamento;
- Cancelamento do serviço contratado;
- Negativação do CPF do inadimplente, o famoso “nome sujo”;
- Entrada com processo judicial para cobrança do pagamento.
Meu nome vai ficar sujo se eu ficar inadimplente?
É muito provável que sim, uma vez que essa é uma das principais consequências da inadimplência. Quando você atrasa o pagamento, a empresa para a qual você deve envia uma notificação aos órgãos de proteção ao crédito – como SPC, Serasa e SCPC Boa Vista.
Esses órgãos são os responsáveis pelas listas de negativação e, após alguns dias, eles inserem o seu nome nos cadastros. Quando isso acontece, você pode:
- Ter seu score de crédito reduzido;
- Ter a emissão de cartão de crédito, cheque ou o parcelamento de compras negado;
- Ter empréstimos e financiamentos negados;
- Ficar impossibilitado de fazer um aluguel de imóvel;
- Ter o rompimento de negócios seus que estavam em andamento;
- Dentre outras restrições.
Contudo, existe um prazo entre a empresa credora avisar sobre a sua inadimplência e o órgão de proteção ao crédito realmente negativar o seu nome. Com isso, se você fizer o pagamento antes desse período, pode chegar a não ter os dados negativados.
Como sair da inadimplência?
Se você não quer ter o nome sujo ou estar entre os inadimplentes, é muito importante criar um plano de ação, já que nem sempre é simples sair da bola de neve das dívidas.
- Visualize a sua situação financeira
O primeiro passo é entender a sua real situação. Grande parte dos brasileiros não tem nem coragem de encarar as suas contas pessoais e nem sabem quanto devem, muito menos o que devem fazer para quitar a dívida.
Por isso, é importante perder o medo e colocar no papel exatamente quanto você tem de dívidas, com os acréscimos de juros.
- Renegocie as dívidas
Depois de mapear as dívidas, você pode ligar para os credores para tentar negociá-las. Assim, você pode conseguir reduzir o valor final ou até o valor das prestações para um custo que caiba no seu orçamento mensal.
- Faça um planejamento financeiro
Agora que você já sabe quanto precisa ter de dinheiro para pagar as dívidas, precisa colocar esse compromisso financeiro como prioridade.
Saiba exatamente quanto você ganha e tente separar entre 10% e 20% da renda mensal para pagar as dívidas. O ideal é que você utilize do dinheiro que gasta todo mês com despesas não essenciais – aquelas que você não depende para sobreviver, como academia, delivery, festas, lazer, compras de roupas, salão de beleza, dentre outras.
Para saber isso, basta listar todos os seus ganhos mensais e todas as suas despesas mensais dos últimos três meses e fazer uma média.
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