Ao fazer o pedido de um empréstimo consignado com desconto do salário, é preciso ficar atento ao limite permitido por lei para a quantia que você vai pegar. Muitas pessoas não sabem, mas existe uma regra para evitar que você dê um “passo maior que as pernas” e peça um empréstimo que não tenha condições de pagar.
Basicamente, a norma diz que o valor das parcelas mensais do empréstimo não pode ultrapassar 30% do seu rendimento líquido.
Mas o que é o rendimento líquido? Quais são os descontos do seu salário? Como calcular o quanto você pode pegar de empréstimo? Continue a leitura e descubra agora!
Quais são os descontos do seu salário?
De maneira geral, todo mês são descontados impostos e taxas sobre o seu salário bruto e o que sobra é que o chamamos de ‘rendimento líquido’. Veja quais são os descontos obrigatórios e outros possíveis:
INSS
O INSS é um imposto cobrado obrigatoriamente sobre todo trabalhador de carteira assinada, destinado à Previdência Social, para conceder benefícios como a aposentadoria, licença-maternidade e auxílios doença ou acidente, dentre outros.
O valor do imposto varia conforme o seu salário bruto e, quanto mais você ganha, mais paga. Veja quais são as alíquotas:
- 7,5% para até um salário mínimo (R$1.100);
- 9% para salários entre R$ 1.100,01 e R$ 2.203,48
- 12% para salários entre R$ 2.203,49 e R$ 3.305,22
- 14% para salários entre R$ 3.305,23 e R$ 6.433,57 (teto)
Imposto de Renda
Fora o Imposto de Renda que você paga anualmente, quando vai fazer a sua declaração do IR, as pessoas que recebem acima do teto estipulado pela Receita Federal têm o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).
Essa cobrança é feita diretamente da sua folha de pagamento e é calculado de acordo com seu salário bruto menos o INSS e outros descontos como pensão alimentícia e dependentes.
Você não será taxado duas vezes, mas caso tenha IRRF, poderá receber a restituição, se for o caso.
Vale-Transporte
O vale-transporte é um benefício corporativo obrigatório para funcionários CLT que trabalhem presencialmente na empresa para ajudar no deslocamento.
Caso você opte por receber (já que a lei autoriza o funcionário a dispensar o benefício, se não tiver utilidade), será descontado da sua folha até 6% do valor do seu salário para pagar o auxílio para transporte.
Se o benefício for acima de 6%, a empresa deve arcar com o restante.
Vale-Refeição
A mesma ideia vale para o auxílio para alimentação (vale-alimentação ou vale-refeição). Apesar de não ser um benefício obrigatório, a empresa pode descontar até 20% do salário para arcar com o vale-refeição.
Geralmente, as empresas descontam menos que isso como uma forma de recompensar seus colaboradores e valorizar o seu trabalho. Afinal, o benefício pode ser um importante aliado para que o funcionário fique mais satisfeito no emprego e, com isso, produza mais e melhor.
Faltas sem justificativa
Ao fazer o controle de ponto, a empresa pode descontar as horas de atraso e faltas injustificadas ao trabalho. Ausências por motivos médicos, falecimento de parentes, nascimento de filhos e outras previstas em lei não podem ser descontadas do seu salário.
Fora as situações estabelecidas na legislação trabalhista, é preciso, é claro, entender como é a regra em sua empresa. Algumas organizações dão uma tolerância de 10 minutos de atraso sem desconto, outras nem mesmo chegam a descontar e fazem o balanço dessas horas com possíveis horas extras trabalhadas.
Adiantamento de salário
Outro desconto da folha de pagamento que também é possível é o adiantamento do salário ou 13º. Caso você peça e a empresa conceda, saiba que ao fim do mês será descontado o valor adiantado.
Você pode pedir até 40% do seu salário de adiantamento, pago entre o 15º e 20º dia útil do mês. Mas é interessante dizer que não há lei que obrigue a empresa a aceitar pagar o adiantamento.
Plano de saúde
O plano de saúde é outro benefício corporativo que não é obrigatório, ainda que muito interessante para cuidar do bem-estar dos colaboradores.
A empresa pode optar por oferecer plano de saúde e odontológico aos funcionários, por coparticipação. Isso significa que ela arca com a mensalidade do convênio e os colaboradores pagam uma taxa sempre que utilizar alguns procedimentos, como consultas, exames e outros.
Nesse caso, o valor pode ser descontado do salário, contanto que não ultrapasse 40% do valor do serviço utilizado do plano e ainda conta com um limite mensal e anual (não é permitido que o beneficiário pague de coparticipação mais do que o custo da mensalidade ou de 12 mensalidades em um ano).
Como calcular quanto pegar de empréstimo consignado?
Diante disso, como você pôde ver, existem diversos descontos do salário que podem fazer com que o seu salário líquido seja muito inferior ao bruto. E é do rendimento líquido, como falamos, que se calculam os 30% para o empréstimo consignado. É importante ressaltar que as políticas de crédito podem ser diferentes de empresa para empresa, perante o contrato estabelecido.
Dessa maneira, é mais fácil garantir que sua renda não seja totalmente comprometida ao fazer a dívida com o empréstimo.
O consignado privado é uma excelente maneira de ter acesso ao crédito a juros mais baixos para conquistar suas metas e quitar dívidas que tenham taxas maiores. Mas é preciso tomar essa decisão com consciência e segurança.
Ficou interessado em fazer um empréstimo?
Então, entenda melhor como funciona o empréstimo consignado privado como benefício corporativo.