Ser um investidor qualificado pode brilhar aos olhos de muitas pessoas. Mas, é preciso entender que, para fazer parte desse grupo, existem diversos riscos e conhecimentos que só pessoas experientes no mercado podem ter.
Embora o nome “Investidor Qualificado” aparente classificar uma pessoa que invista muito bem, o termo, na realidade, é uma classificação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para designar aquelas pessoas que já investiram mais de R$ 1 milhão e aquelas que emitiram sua certificação de investidor qualificado.
Quer entender melhor e saber como entrar para essa classificação? Continue a leitura!
O que é ser um investidor qualificado?
O investidor qualificado é aquele que tem experiência de mercado o suficiente para se arriscar em ativos e ações mais complexas. Além de mais arriscadas, elas oferecem também maior taxa de rendimento, se comparadas aos investimentos que chegam ao público comum.
Segundo a Resolução 30/2021 CVM, da Comissão de Valores Mobiliários, são considerados investidores qualificados:
“I – investidores profissionais;
II – pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio, de acordo com o Anexo B;
III – as pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica ou possuam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de agentes autônomos de investimento, administradores de carteira de valores mobiliários, analistas de valores mobiliários e consultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e
IV – clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas, que sejam investidores qualificados.”
Ou seja, para ser um investidor qualificado, você precisa ter investido R$ 1 milhão ou mais e atestar essa condição por meio de um termo ou ser aprovado em exames específicos e tirar seu certificado.
Saiba qual o seu perfil de investidor.
Investidor profissional X Investidor qualificado
Como você pôde ver, o investidor profissional é também um investidor qualificado. Porém, nem todos os qualificados podem ser considerados profissionais.
Isso porque o investidor profissional precisa ter um patrimônio de R$ 10 milhões investidos, seja pessoa física ou jurídica. Dentro dessa categoria se enquadram:
“I – instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil;
II – companhias seguradoras e sociedades de capitalização;
III – entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
IV – pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor profissional mediante termo próprio, de acordo com o Anexo A;
V – fundos de investimento;
VI – clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM;
VII – agentes autônomos de investimento, administradores de carteira de valores mobiliários, analistas de valores mobiliários e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios; e
VIII – investidores não residentes.”
Quais os riscos de ser um investidor qualificado
Como falamos, os investimentos sugeridos para esse perfil são mais arriscados que os tradicionais, por isso exigem bastante conhecimento do investidor.
O intuito desse mercado é fazer com que a compra e venda de ativos seja mais ágil. Dessa forma, quando você optar pelo investimento, não terá à disposição documentos e avisos sobre os riscos. A ideia é que você já saiba sobre eles, não demandando essa explicação por parte das corretoras.
Se você alega ser um investidor qualificado, mas, na realidade, não tem conhecimento o suficiente sobre os ativos, pode acabar perdendo rentabilidade nos seus investimentos.
O que é investidor não qualificado?
Os investidores que não se enquadram nas características que falamos acima são chamados de “investidores de varejo”, que seria, basicamente, qualquer investidor comum.
A CVM faz essa distinção justamente para oferecer a cada tipo de investidor ativos que condizem com o perfil e o nível de conhecimento. Sendo assim, os investidores qualificados têm acesso a ativos exclusivos, que não chegam aos investidores de varejo.
A intenção da instituição é proteger os pequenos investidores dessas ações que podem ser demasiadamente arriscadas, caso não tenham a experiência necessária.
Entenda como funciona a B3, a Bolsa de Valores brasileira.
Quais fundos são para investidores qualificados?
O investidor qualificado tem acesso a produtos financeiros que são restritos ao público comum. Esses ativos têm taxas de rentabilidade mais atrativas que dos investimentos tradicionais e são também mais arriscados.
Desde 2006, a CVM destinou todos os investimentos em CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) ao investidor qualificado.
Além disso, existem outros ativos liberados apenas para esse perfil, como alguns:
- CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários)
- Fundos de Investimentos no exterior (FIEX), FIDCs e fundos multimercado
- Fundos de investimentos imobiliários
- Debêntures.
Como se tornar um investidor qualificado
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) é a instituição responsável por classificar os tipos de investidores e fazer o suitability, ou seja, definir quais os investimentos mais adequados para cada perfil.
Para essa classificação, a associação verifica:
- Qual a situação financeira do investidor
- Quais os objetivos que ele tem com sua carteira de investimentos
- Atesta se ele possui o conhecimento necessário para aquele tipo de ativo, considerando o risco.
Se você já possui um patrimônio investido de R$ 1 milhão, o processo para se tornar um investidor qualificado é muito simples. Basta preencher e assinar o Termo de Investidor Qualificado, um documento que você pode solicitar à sua corretora de valores ou banco. Neste termo, você já atesta sobre seus conhecimentos sobre os riscos dos investimentos exclusivos dessa categoria.
Entretanto, se você não tem esse patrimônio, deve recorrer à seguinte opção:
Retirar um Certificado que ateste a sua qualificação técnica
Existem diversas provas que você pode fazer para ser examinado e testar os seus conhecimentos sobre os riscos do mercado financeiro.
São exames técnicos, autorizados pela CVM, que mostram que você está apto a lidar com investimentos mais complexos e arriscados. Por isso, são indicados para investidores com certa experiência no mercado.
Se você ainda não está totalmente seguro, pode fazer um curso específico para se preparar, antes de fazer o seu exame.
Caso você ainda seja um investidor que está ganhando experiência e quer diversificar os seus investimentos, indicamos conhecer as opções da EmCash, que têm mais rentabilidade que muitos ativos comuns.
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