Entrar no mundo financeiro e dos investimentos é se deparar com diversas nomenclaturas, siglas e conceitos e a “rentabilidade” é um termo que costuma aparecer bastante e gerar dúvidas.
Para optar entre uma modalidade de investimento, saber se aquele tipo é rentável é uma das variáveis que compõem o tripé rentabilidade + risco + liquidez. Falamos um pouco sobre isso no post sobre conceitos básicos que todo investidor deve conhecer.
Agora, vamos aprofundar no significado de rentabilidade e explicar tudo o que você precisa saber sobre o assunto. Como fazer o cálculo dentro da sua carteira de investimentos? Como encontrar investimentos mais rentáveis? Veja agora!
O que é rentabilidade?
Rentabilidade é a taxa percentual que indica o quanto aquele investimento irá render, ou seja, quanto você vai ganhar de retorno sobre aquela aplicação.
Por exemplo, se você faz um investimento de R$ 2.000 e a rentabilidade indicada é de 4% ao ano, significa que ao completar 12 meses, você terá recebido R$ 80 (4% de R$ 2 mil) e terá um total de R$ 2.080,00.
Rentabilidade x Rendimento
Apesar de parecidos, os termos têm significados diferentes. Enquanto a rentabilidade é a taxa de retorno (%), o rendimento é o valor a mais recebido com a aplicação (R$).
No exemplo que citamos acima, o rendimento seria de R$ 80.
Rentabilidade x Lucratividade
Também é comum entre os investidores acreditar que a taxa de rentabilidade seria a mesma que a lucratividade. Porém, para saber o seu lucro com a aplicação, é preciso descontar custos relacionados, como impostos, taxas de corretagem, inflação e outros.
Quais os tipos de rentabilidade
A rentabilidade pode ser classificada seguindo diferentes nomenclaturas e é importante que você saiba diferenciá-las antes de fazer seus investimentos. Veja só:
Rentabilidade prefixada
Títulos como o Tesouro Direto Prefixado, CDBs ou Debêntures prefixadas são ativos nos quais você já conhece a taxa de rentabilidade logo na data da aplicação. Ao fim do vencimento, você poderá resgatar o valor total do rendimento sem alterações.
Porém, é importante lembrar que o mesmo valor agora pode representar um menor poder aquisitivo daqui a um ano, por exemplo, caso o Banco Central altere a taxa Selic ou caso a inflação sofra variações ao longo do período. Nesse caso, o título prefixado pode não ser tão atrativo.
Rentabilidade pós-fixada
Se você tem interesse em investir em um ativo mais conservador, que vai acompanhar as mudanças de mercado, pode optar pelos títulos pós-fixados, como os CDBs pós-fixados, o Tesouro Selic, LCI, LCA e outros.
O pós-fixado é o investimento que está atrelado a um indicador, sendo os mais comuns a taxa Selic, o CDI ou IPCA.
Nesse caso, ao contrário do tipo de rentabilidade anterior, você não consegue saber o rendimento exato na data da aplicação, justamente porque a taxa se adapta às condições do país.
- Selic é a taxa referencial de juros brasileira, definida pelo Banco Central
- IPCA é a taxa de inflação, um parâmetro medido pelo IBGE
- CDI é o Certificado de Depósito Interbancário, um título exclusivo das instituições financeiras e que costuma seguir a Selic.
Rentabilidade híbrida
É a modalidade que une os dois tipos acima. Um exemplo é o Tesouro IPCA+, que é um título prefixado, mas a essa taxa é acrescida a variação da inflação no país.
A taxa de rentabilidade também é classificada de acordo com a incidência ou não de taxas e impostos sobre o percentual, veja:
Rentabilidade nominal
É aquela que representa a rentabilidade bruta do investimento, isto é, o valor do rendimento sem o desconto de qualquer taxa de administração, inflação e impostos.
É importante se atentar que é essa a rentabilidade normalmente divulgada pelas instituições financeiras, já que ela aparenta ser mais atrativa.
Rentabilidade líquida
Por outro lado, a rentabilidade líquida considera os custos do investimento – incidência de impostos e taxas. Com isso, você saberá qual o valor do rendimento após os descontos.
Rentabilidade real
A rentabilidade líquida não seria a real? Os especialistas acrescentam mais um tipo, que se refere ao valor do rendimento líquido depois de descontar também a variação inflacionária.
Ou seja, com a rentabilidade real você saberá exatamente qual o aumento (ou diminuição) do seu patrimônio e poder aquisitivo no período. Seria o mais próximo da lucratividade.
Com o mesmo montante resgatado, você consegue comprar os mesmos produtos antes ou depois do investimento.
Como calcular?
Investimento de renda variável, como o próprio nome diz, não tem um rendimento certo, já que a aplicação pode oscilar ao longo do tempo. Por isso, vamos explicar como calcular a rentabilidade de um ativo de renda fixa.
Como falamos, por estar fixado, é possível saber qual será o rendimento até o vencimento ou no momento da retirada ou fazer o cálculo inverso: descobrir quanto foi a taxa de rentabilidade após feito o resgate.
Para esse cálculo inverso, faça a seguinte fórmula:
- Rentabilidade = Rendimento Líquido x 100 / Valor Investido
O rendimento líquido será o valor total rendido, sem impostos, taxas e inflação.
Conclusão
Geralmente, as plataformas de investimento digitais mostram a você a rentabilidade dos investimentos de renda fixa, antes mesmo de você fazer a aplicação. Assim, você já consegue prever qual será o valor de retorno no vencimento.
Uma questão importante aqui é que, apesar do investimento de renda fixa parecer mais seguro, porque você já tem essa previsão no início, se a economia está muito instável, a inflação pode prejudicar seu rendimento. Você terá a rentabilidade, porém perderá poder de compra.
Agora que você já entende melhor sobre essa taxa tão abordada no universo dos investimentos, pode comparar as aplicações e escolher os títulos que terão uma maior rentabilidade real para você.
É importante, claro, não se ater apenas ao rendimento, já que cada modalidade de investimento pode ser útil a determinadas metas de vida.
Se você quer ter uma aposentadoria ou comprar um carro nos próximos seis meses, tudo varia e é relevante considerar também o período do vencimento, a liquidez do ativo e os riscos envolvidos. Procure sempre diversificar seus investimentos para alcançar diferentes metas.
Quer saber mais? Então, veja agora qual a importância de diversificar sua carteira de investimentos!