Quer saber como comprar um apartamento sem se endividar? Como conseguir manter uma vida financeira saudável mesmo com um financiamento? É sobre isso que vamos falar hoje.
Afinal, o sonho da casa própria parece muito distante para muitas pessoas, já que os imóveis estão cada vez mais caros no Brasil. Isso porque, nos últimos anos, o setor sofreu um boom em todo o mundo, atingindo a maior alta em 18 anos.
Porém, ainda assim, é possível comprar um imóvel e ainda manter a estabilidade do orçamento familiar, sem adentrar em um mar de dívidas. Veja agora como fazer!
Como comprar um apartamento sem se endividar?
A primeira questão a esclarecer sobre esse assunto é que a única forma como comprar um apartamento sem se endividar seria comprar à vista. Afinal, o financiamento imobiliário, por si só, já é uma forma de dívida.
O financiamento é uma forma de crédito oferecida por bancos e outras instituições financeiras para aquisição de imóveis. Ao financiar, você deixará de pagar o apartamento à vista para assumir as prestações bancárias com juros para os próximos anos.
Então, o que você precisa ter em mente é como assumir essa dívida sem que isso atrapalhe a sua vida financeira e ela se torne uma bola de neve. E aqui está a resposta:
Faça seu planejamento financeiro
Antes de adquirir um imóvel, o mais importante é colocar sua vida financeira no lugar. Afinal, o financiamento é uma dívida de muitos anos (em geral, de cerca de 30 anos), o que significa que esse é um gasto que você terá por um longo prazo.
Como sua vida provavelmente mudará bastante ao longo desses anos, é preciso garantir sua estabilidade financeira por um período maior. Ou seja, garantir que daqui a X anos você ainda conseguirá arcar com as parcelas.
Para isso, você precisa criar o seu planejamento financeiro pessoal. Anota todas as suas despesas e fontes de renda e saiba exatamente quanto sobra por mês (ou quanto você precisará economizar para ter o dinheiro das parcelas).
Quite dívidas anteriores
Se, ao fazer esse planejamento, você viu que tem dívidas em aberto, é importante quitá-las antes de criar novas. Ou, ao menos, ter uma garantia de que sua renda mensal conseguirá cobrir todas as dívidas.
Mas é claro que quitar dívidas pode ser um processo complicado e longo. Por isso, nossa dica é substituir suas dívidas caras por outra mais barata, como o crédito consignado, por exemplo, que tem taxas de juros menores. Acesse o link e veja como fazer isso.
Assim, você pode liberar parte da sua renda mensal e ainda quitar de forma mais rápida.
Quitar as dívidas (ou pagá-las em dia) também será fundamental para regularizar o seu cadastro junto aos órgãos de proteção ao crédito, como SPC e Serasa, caso seu nome esteja sujo, e ainda ajudará a aumentar o seu score. Tudo isso contribui muito para a liberação do crédito imobiliário.
Avalie diferentes propostas
Para evitar se endividar com o financiamento, é importante buscar uma proposta de crédito que tenha taxas mais baixas.
Para isso, pesquise e avalie as taxas de juros e outros custos em diferentes bancos e instituições financeiras. Você pode fazer uma simulação gratuita no site ou aplicativo do banco, geralmente.
O ideal é avaliar também o tipo de financiamento e de amortização que você vai entrar. Existem, basicamente, três formas de financiar:
- Sistema Financeiro de Habitação (SFH), o mais tradicional
- Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), muito voltado para investidores
- Programas habitacionais, como o antigo Minha Casa Minha Vida, que agora se chama Casa Verde Amarela
Em relação aos tipos de amortização:
- Tabela Price, em que as parcelas são fixas, a amortização é crescente e os juros são decrescentes
- Sistema de Amortização Constante (SAC), em que o valor das parcelas reduz com o tempo, já que os juros são calculados sobre o saldo devedor
- Sistema de Amortização Crescente (Sacre), em que você começa pagando menos e as parcelas vão aumentando com o tempo.
Dê uma entrada maior
Uma excelente dica para evitar grandes dívidas com financiamento é aguardar um tempo e juntar mais dinheiro para a entrada. Por lei, é possível financiar até 80% do valor do imóvel, mas quanto menor essa porcentagem, mais vantajoso para você.
Assim, as parcelas ficam menores e recaem menos juros, o que torna a dívida mais barata.
Além do valor do apartamento, você também precisa considerar que existem outros custos associados à compra de um imóvel, como gastos com cartório (registro do apartamento e escritura), o ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), gastos com despachante, taxa de corretagem e outros.
Normalmente, esses custos valem cerca de 4% a 8% do valor do imóvel.
Use o seu FGTS
O FGTS é o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, um benefício obrigatório para qualquer empregado com carteira assinada, e seu saldo pode ser usado na compra de imóveis. Ele pode ser usado no momento da contratação do financiamento, como entrada.
Você pode utilizá-lo para quitar totalmente sua dívida, amortizá-la ou para pagar parte do valor das prestações. Isso valor para o contrato do tipo SFH ou SFI (apenas para quem comprar após 12 de junho de 2021).
Existem ainda algumas regras para essa utilização, como, por exemplo:
- Ter ao menos 3 anos de carteira assinada
- Não ter outro financiamento no modelo SFH
- Não ser proprietário de outro imóvel residencial na cidade que mora ou trabalha.
Com essas dicas, você poderá seguir o seu planejamento e garantir o pagamento das parcelas em dia. Lembre-se de optar por um apartamento que esteja dentro da sua realidade financeira e escute essa dica principal: imóvel perfeito não existe, elenque suas prioridades!
Agora, se você tinha dívidas no passado e conseguiu quitá-las, mas não quer voltar nunca mais para essa situação, leia agora 5 dicas para não retornar ao endividamento e continue aprendendo!