Oito em cada dez brasileiros investem na poupança e aproximadamente 67 milhões de pessoas têm ao menos R$100 guardados na caderneta. Mas já há algum tempo os especialistas financeiros mostram que essa pode não ser a melhor opção de investimento.
Se você ainda está apegado ao seu dinheirinho guardado na poupança, vamos te mostrar por que esse investimento não é tão atrativo e como você pode fazer para sair da caderneta com segurança. Siga a leitura!
O que é a poupança?
Começando do início, antes de argumentarmos sobre as vantagens e as desvantagens de se investir na poupança, é importante que você entenda do que se trata essa modalidade.
A poupança é uma aplicação de renda fixa, disponibilizada pelos bancos. Qualquer pessoa pode aplicar seu dinheiro em uma caderneta, bastando apenas apresentar alguns documentos pessoais.
Você não paga tarifas para abertura da conta poupança, taxas de administração ou manutenção (afinal, essa prática é proibida) e não há incidência de impostos. Além disso, é um investimento de liquidez diária, isto é, que você pode resgatar facilmente. Mas já vamos falar melhor sobre isso.
E por que tanta gente investe na poupança?
A história recente brasileira passou por diversas crises econômicas e é natural que o investidor no país seja mais conservador. O receio de perder dinheiro faz com que a população opte por uma modalidade que tem a reputação de ser segura. Lembre-se que há pouco mais de 30 anos, o país registrava uma hiperinflação de mais de 80% ao mês.
Além da questão do sentimento de segurança, proporcionado pelos bancos (que detêm a poupança), 27% das pessoas que têm o dinheiro poupado dizem que consideram a poupança um tipo de investimento fácil e cômodo, por estar atrelado à conta corrente. Todo mês, é possível programar a transferência de certa quantia direto da conta para a poupança.
Mas a verdade é que a maioria das fintechs permitem que você programe automaticamente a aplicação para sair diretamente da sua conta corrente todo mês. Basta ter uma carteira de investimentos e vincular sua carteira à sua conta na empresa financeira.
4 motivos para sair da poupança
Mas se é um investimento fácil, acessível e seguro, por que não é recomendado? Entenda abaixo.
1. O motivo principal: baixo rendimento
Desde 2012, as regras de rendimento da poupança passaram a funcionar da seguinte forma:
- Se a Taxa Selic estiver mais de 8,5% ao ano, o rendimento é de 0,5% ao mês + a variação da TR (Taxa Referencial).
- Porém, se a Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento será de 70% da Selic + variação da TR.
Recentemente, o Brasil passa por sucessivas quedas nos juros básicos da economia, o que significa que a poupança tem rendido cada vez menos.
Atualmente, a taxa Selic está 2% ao ano (bem abaixo dos 8,5%), definida na reunião do Copom de 20/01/2021 e a previsão é que se mantenha assim pelo menos para o primeiro semestre do ano.
Com isso, o rendimento é de 70% da Selic, o que representa 1,40% ao ano, mais a Taxa Referencial.
É importante ter em mente que poupar não é o mesmo que investir. Se você só está juntando dinheiro em uma conta e ele não está rendendo (ou seja, aumentando), você não está investindo. Está perdendo dinheiro ou ficando na mesma.
2. Resgate a cada 30 dias
Embora a poupança tenha liquidez diária, se você resgatar o dinheiro antes do chamado “aniversário da aplicação”, perderá os rendimentos daquele mês. Para ter os ganhos daquele período, você precisa resgatar o valor a cada 30 dias após o depósito.
Por exemplo: se você aplicou no dia 1º de março, só poderá retirar o dinheiro com a correção do mês no dia 1º de abril.
Então, se você tiver alguma emergência durante o mês e precisar pegar o dinheiro antes do aniversário, perderá aquela oportunidade de ganho.
3. Você não precisa de muito para investir
Muitas pessoas permanecem na poupança por acreditar que é necessário ter uma grande quantia para fazer outros tipos de investimento. Mas isso é um mito. Atualmente, é possível investir com um valor de R$ 30, se você quiser.
4. A falta de risco é um mito
A poupança tem a reputação de ser muito segura e, com isso, muitas pessoas acreditam que não haja nenhum risco de crédito ao fazer a aplicação. De fato, a caderneta tem a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que assegura aplicações de até R$ 250 mil. Valores acima desse montante estão sujeitos a riscos.
Além disso, existem muitos outros investimentos protegidos pelo FGC, como é o caso dos CDBs, por exemplo.
Como sair da poupança?
Agora que você, provavelmente, já está convencido, como pode fazer para sair da poupança? Se você ainda tem medo de investir, conheça outros investimentos que podem ser mais atrativos:
Títulos públicos
Se você quer um investimento muito seguro, com alta liquidez, pode optar pelo Tesouro Direto. É uma boa opção para quem está começando e quer fazer uma reserva de emergência, por exemplo.
Você “empresta” dinheiro ao Governo e recebe de volta com correção. Os títulos são garantidos pelo Tesouro Nacional e é, por isso, um dos investimentos mais seguros do mercado. É possível optar por:
- Títulos do Tesouro atrelados à inflação (IPCA);
- Títulos atrelados à taxa Selic;
- Prefixados.
Títulos bancários
Os CDBs são também investimentos de renda fixa com liquidez diária, garantidos pelo FGC, mas são, geralmente, atrelados ao CDI, uma taxa que costuma ser mais vantajosa que a da poupança.
Empréstimo consignado privado
Um tipo de investimento muito atrativo, com taxas mais altas que os investimentos tradicionais de renda fixa e com baixo risco é o empréstimo consignado privado. Isso porque você emprestará seu dinheiro a pessoas físicas, mas o pagamento das prestações por parte delas será descontado diretamente da folha de pagamento da empresa para a qual trabalham.
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