Os boletos não param de chegar e nem sempre é possível quitar todas as contas, ainda que esse seja o ideal. Então, vem a dúvida: qual conta pagar primeiro?

Priorizar os pagamentos pode ser uma excelente estratégia de controle financeiro, já que você vai dar preferência para o que for mais importante no momento. Mas, como definir essa importância?

É sobre isso que vamos falar hoje. Te ensinar como criar as prioridades dentro do seu planejamento financeiro para evitar dívidas altas e que a situação saia do controle.

Como definir qual conta pagar primeiro?

Você sabia que um em cada quatro brasileiros possui contas ou dívidas em atraso e cerca de 10% não se vê em condições de quitar esses compromissos? É o que diz um levantamento da Confederação Nacional do Comércio, de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Isso mostra que a situação financeira dos brasileiros está complicada e isso se deve a diversos fatores externos, como:

• A alta da inflação, que deixou os preços muito altos;
• A instabilidade econômica e a crise financeira dos últimos anos;
• O alto desemprego.

Mas também se deve a um fator cultural no Brasil, que é a falta de educação financeira. Grande parte da população não sabe lidar com as contas, tem dificuldade de economizar e, geralmente, pensa apenas a curto prazo.

Por isso, a primeira dica que podemos dar é uma máxima da educação financeira: crie o seu planejamento de ganhos e gastos pessoais.

Liste todas as suas fontes de renda do mês (salários, aposentadoria, aluguéis e outros). Agora, liste todas as despesas mensais, dividindo-as por:

• Despesas fixas e essenciais
• Despesas variáveis essenciais
• Despesas não essenciais.

Ao subtrair as despesas da renda, você saberá quanto sobra por mês. Também poderá saber onde exatamente pode cortar gastos e realocar para quitar suas contas.

E o mais importante: conseguirá enxergar suas prioridades financeiras com mais clareza!

Qual conta pagar primeiro: Despesas essenciais

Basicamente, as primeiras contas que você deve pagar são aquelas que sem as quais não seria possível garantir sua sobrevivência. São as contas que chamamos de despesas essenciais.

Coloque nessa lista todas as contas que você precisa para viver:

• Conta de energia elétrica
• Água
• Gás
• Moradia (aluguel, condomínio, financiamento imobiliário etc)
• Alimentação (supermercado, padaria, sacolão etc)
• Plano de saúde ou custos com medicamentos e médicos
• Educação (faculdade ou escola dos filhos, por exemplo)

A ideia aqui é que você pague essas contas primeiro, para evitar que os serviços sejam suspensos.

Quais contas pagar em seguida?

Depois que você garantiu que o que é essencial está resguardado, é hora de priorizar as dívidas.

Se você tem débitos no mercado, seja com o banco, lojas, cartões de crédito, deverá pagá-las para evitar uma bola de neve.

Isso porque as dívidas têm juros e multas e, quanto mais tempo você demorar para pagar, maior elas ficarão.

Além disso, pessoas endividadas podem entrar nos cadastros de inadimplência dos serviços de proteção ao crédito (como Serasa e SPC) e isso acarreta diversos problemas na sua vida. Ficar negativado pode te impedir de:

• Usar o cartão de crédito ou emitir cheques;
• Pedir empréstimos e financiamentos;
• Comprar em algumas lojas;
• Fazer ou continuar negócios em andamento;
• Alugar um apartamento, dentre outras consequências.

Priorize as dívidas caras

Ao pagar suas dívidas, dê prioridade para as contas que têm o CET mais alto. O CET é o Custo Efetivo Total, que é a soma dos juros, encargos, tributos, taxas de serviço e outras.

A conta que tiver o CET mais alto, ficará ainda mais cara com o passar do tempo. Por isso, pague primeiro as dívidas com CET maior ou com juros maiores.

Dívidas de cartão de crédito costumam ter juros muito altos, por isso, é importante evitar o atraso no pagamento da fatura.

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Pague as dívidas que dão mais dor de cabeça

Algumas dívidas podem ser adiadas por alguns meses, podem ser renegociadas, algumas não sujam o seu nome. Porém, esse não é o caso de grande parte delas.

Pague agora essas dívidas que podem trazer mais prejuízos e problemas para a sua vida, afinal, saúde financeira também tem a ver com saúde mental.

Sempre que for possível, renegocie suas dívidas. Basta ligar para a empresa, o banco ou loja e fazer uma proposta. Você pode parcelar em mais vezes, reduzindo o valor das mensalidades, por exemplo. A maioria das empresas credoras tem interesse em negociar.

Evite pagar o mínimo

Outra dica é sempre pagar o valor da conta integralmente. Ao pagar o mínimo, como é o caso de muitos cartões de crédito, você está adiando o problema e vai pagar um valor muito maior do que pagaria se não atrasasse a conta.

Esse é o poder dos juros, que vão somando, a cada dia, um valor a mais na sua dívida. Se não der para pagar o valor total, use a dica anterior e troque essa dívida por uma mais barata.

Os empréstimos consignados, por exemplo, costumam oferecer tarifas mais atrativas. Isso porque a consignação (cobrança direta na sua folha de pagamento) serve como uma garantia para a instituição financeira. Com isso, é possível oferecer melhores condições ao cliente.

Quer entender melhor? Então, veja agora o que é o empréstimo com desconto em folha, como conseguir e quais as vantagens.

Como fazer sobrar dinheiro?

Quando você começar a usar esta ordem de quais contas pagar primeiro, é provável que sua vida financeira fique mais tranquila e organizada.

Caso, ainda assim, você não consiga honrar seus compromissos, tente cortar o máximo de gastos possível.

E de onde cortar? Dos gastos não essenciais, é claro!

• Assinaturas de streaming, como Netflix e Spotify
• Viagens de férias
• Pedidos em aplicativos de delivery
• Substitua o lazer pago pelo lazer gratuito (praças, exposições de arte ou a praia, por exemplo)
• Compre em supermercados mais baratos
• Evite as compras por impulso, que acontecem quando você vê vitrines ou acessa lojas online e redes sociais.

Use seu dinheiro para pagar as contas e quitar as dívidas. Caso sobre, é hora de começar a investir! Crie uma reserva de emergência para te ajudar nos momentos de sufoco.Para saber mais, leia nosso texto completo que explica sobre a reserva de emergência.